As árvores despidas flanqueiam o percurso do automóvel. Na imensidão que o seu olhar alcança, ele só vê o silêncio do branco gélido. Ao fundo, a alva mansão ergue-se na sua própria imponência, indiferente ao Inverno agreste. Altivez manchada apenas pela dor de um mistério que os olhos do velho homem reflectem há quatro décadas. Ele devolve-lhe no olhar o compromisso de uma investigação. O frio sela o aperto de mão entre os dois homens, assombrados pela beleza das flores secas que se confundem já com a memória da jovem mulher.
O dragão conquista-lhe os traumas e as fraquezas. Corpo franzino num olhar forte, ela quer ser apenas mais um vulto na multidão. O preto agressivo das roupas camufla a dualidade que o seu ser encerra.
Cruzam-se sem aviso, na turbulência do ódio e do horror externos. Unidos na busca pela verdade e justiça. De súbito, são engolidos pela sua imensidão. A ilha é agora uma inquieta ameaça. Estreitando-se, a estrada é agora opressora e perigosa.
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