Uns salpicos de grisalho povoavam-lhe o farto cabelo. Falava um francês cerrado e amável, com um toque do Leste. Doces e inquisitivos, os seus olhos acompanhavam a fluidez das mãos. Um traço esguio, um outro subjectivo e, lentamente, contornos surgiam no branco do papel. Chamava-se Vladimir. A Jugoslávia era o seu lar, Montmartre o seu sustento. Montmartre, memória boémia do amor e da arte, era um ponto no mapa das minhas viagens. Ele deu-lhe um rosto. O meu.
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